Vivian Pinto Portela da Silva.

Vivian Pinto Portela da Silva.
Vivian Silva, diploma e fotografias, uma proferindo palestra em Congresso Internacional (Xalapa, México, 2011); em 2007; com o neto John Portela Grooms (novembro, 2013). Abaixo: Jornal da Tarde, (dezembro, 1966). Fotos com a família Wallace, proferindo palestra em High-School e como Jovem Embaixadora na, Universidade de Stanford (California, 1967).

Thursday, May 8, 2014

BIOGRAFIA: BETTIOL, Zorávia Augusta Bettiol (1935-).


DO PLANO AO ESPAÇO NA ARTE DA FIBRA:
A CULTURA DA FIBRA.


CAPÍTULO 2.


2.2 BIOGRAFIA: ZORÁVIA BETTIOL.

BETTIOL, Zorávia Augusta Bettiol (1935-).

 
Nasceu em Porto Alegre (RS); gravadora e artista plástica produz desenhos, xilogravuras, linóleogravuras, estandartes e objetos como jóias, chapéus e formas tridimensionais em materiais flexíveis, fios e matérias têxteis, além de instalações tecidas ou pintadas sobre tecidos, entre outras.

Bettiol rexpôs suas obras em mais de uma centena de mostras individuais, entre as quais destacamos as da Galeria Arte Bella (Montevidéu, Uruguai, 1959); Galeria Astréia (São Paulo, 1961); do Centro de Artes y Letras (Punta del Este, Uruguai, 1965); na Galeria Espaço (Porto Alegre, 1966); da Galeria de Arte do Brasilian American Cultural Institute (Washinghton, D.C , 1967); da Mestska Knihovna (Praga, 1968); da Galeria Rzezby (Varsóvia, 1968); da Galeria Simon Patino (Genebra, 1968) e do Palácio da Foz (Lisboa, 1969). Nas mostras citadas a artista apresentou várias séries de xilogravuras, culminando com a mostra patrocinada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre: Quinze Anos de Gravura de Zorávia Bettiol (1971). Suas primeiras Formas Tecidas foram apresentadas a partir da mostra na Galeria Bonino (Rio de Janeiro, 1970).


Bettiol continuou participando de mostras coletivas com Formas Tecidas e Xilogravuras, como no Salão Municipal de La Paz (Bolívia) e na Biblioteca Luiz Angel Arango (Bogotá, Colômbia, 1973); na Galeria do Palazzo Dora Pamphili, Embaixada Brasileira (Roma, 1974); na mostra individual A Arte de Zorávia Bettiol, 1954-1974, realizada no MAM - Museu de Arte Moderna (São Paulo, 1974); na Galeria de Arte Ítalo-Brasileira (Milão, 1976); na Galeria Debret, (Paris, 1976); na Galeria da Pousada do Carmo e no MAM (Salvador, 1977); na Galeria Práxis (Buenos Aires) e no Museu Boiseree am (Colônia, 1978). No MARGS -Museu de Arte do Rio Grande do Sul Bettiol apresentou a mostra Verde que te quiero verde, de celebração ecológica multimídia com Instalações, Desenhos, Música e Textos (Porto Alegre, 1979). A esta série de mostras das obras da artista seguiu-se outra série internacional, nas quais Bettiol apresentou unicamente Xilogravuras: no Instituto Cultural Brasileiro [Brasilian Cultural Institute] (Washinghton D.C.), ela apresentou a exposição O Mundo de Frank Kafka [The World of Frank Kafka] (1980), que itinerou à Galeria Latina (Estocolmo, Suécia) e ao Kunstforening (Oslo, Noruega; 1982).

Na outra centena de mostras internacionais Bettiol expôs Xilogravuras, como as seguintes: Arte Actual Ibero-Americana, no Centro Cultural (Madrid, Espanha, 1977); na I Trienal del Grabado Latinoamericano (Buenos Aires, 1979); na I, II, III, IV e V Bienal Latino-Americana de Gravura (1970; 1972; 1974; 1979; 1981), destacadas entre inúmeras outras mostras apresentadas nas cidades de Zagreb, Silsak, Titovo, Valenge, Belgrado e Liubliana (Iugoslávia); em Havana (Cuba); em San Francisco (E.U.A.); em Lisboa (Portugal); em mostras no Brasil, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

A artista recebeu com o 1º Prêmio de Desenho, no XVII Salão de Artes Plásticas no Museu de Arte (Belo Horizonte, MG., 1962); a Medalha de Ouro, no Salão da Primavera (Curitiba, 1964); recebeu o 1º Prêmio de Artes Gráficas, na I Bienal da Bahia, (Salvador, 1966); o 1º Prêmio do Salão de Arte Religiosa (Londrina, PR., 1966); Menção Honrosa na I Mostra Brasileira de Tapeçaria, na FAAP (São Paulo, 1974); Menção Honrosa no 1º Salão de Arte do Rio Grande do Sul, no MARGS (1975); o prêmio Tavolozza d'Oro no Concurso Internacional de Artes Gráficas da Prefeitura de Milão (Itália, 1976); o diploma de Cidadã Emérita de Porto Alegre, homenagem da Câmara Municipal (1985); o prêmio Medalha da Cidade de Porto Alegre, outorgado pela Prefeitura Municipal (Porto Alegre, 1985); o troféu Destaque em Artes Plásticas (Porto Alegre, 1987); o 2º Prêmio na Ars Textrina Internacional Exibit, (Oklahoma, E.U.A., 1997); Menção Honrosa na 1ª Bienal Latino-Americana de Pintura e Tapeçaria (Porto Alegre, 1998); o 1º Troféu Negrinho do Pastoreio, na categoria de pintura (Porto Alegre 2001).

Obras de Bettiol pertencem aos acervos dos maiores museus internacionais, como o Textilmuseum Max Berk (Heidelberg); o Museu del Grabado (Buenos Aires); o Albertina Museum (Viena); a BN - Biblioteca Nacional (Paris); o Museu Ugo de Carpi (Itália); o Museu de Arte Moderna (Kioto, Japão); o Museu Nacional de Varsóvia (Polônia); a Galeria Nacional (Praga); o Museu Americano (Maldonado, Uruguai); a Biblioteca do Congresso [Library of Congress] (Washinghton D.C.); o Museu de Arte de Indianápolis); o MoMA, o Museu Metropolitano Museu do Brooklyn (Nova York); a Casa de Cultura Laura Alvim (Rio de Janeiro, RJ); o acervo do Palácio do Governo do Estado de São Paulo e do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista (SP); a Presidência da República (Brasília); o MASP, o MAM, o Museu da FAAP, a Pinacoteca do Estado e o Centro Cultural Itaú (São Paulo, SP); o MARGS (Porto Alegre, RS); o Museu de Arte de Belo Horizonte (MG); no Museu da Gravura (Bagé, RS); o Museu Ruth Schneider (Passo Fundo, RS); a Casa da Gravura (Campos do Jordão, SP); o MNBA e BN (Rio de Janeiro, RJ). Bettiol, além de toda a sua intensa atividade de exposições no Brasil e no exterior, conseguiu participar de inúmeras associações de classe e artísticas, nas quais atuou sempre de forma ativa, dinâmica e construtiva, deixando sempre a marca de seu espírito otimista e de seu grande senso de organização.

A artista possui personalidade marcante lúdica, curiosa, investigativa, criativa, Bettiol representa o verdadeiro patrimônio da arte brasileira e, especialmente, da arte do Rio Grande do Sul, seu estado natal. Enquanto que, com a arte nas técnicas e materiais têxteis brincou com a liberdade de quem, há muito dominou completamente a técnica, na gravura criou obra de dimensão humana mais profunda, através da qual lançou seu olhar compassivo sobre o homem sofredor. Entre as inúmeras críticas a seu trabalho de gravadora, destacamos a de Jacob Klintowitz sobre a mostra de gravuras com tema de Franz Kafka, na qual ele enfatizou que Bettiol enfrentou o mais difícil tema de nossa época, o indivíduo e a sociedade. Partiu de nosso biógrafo maior, Kafka e criou equivalência de profundo poder poético. E a sua poética se auto-transformou para isto, do lirismo à canção desesperada. O som de seu desenho é grave, e o espaço-tempo fechado, estático. O homem no labirinto, mas ainda assim homem, capaz da busca. Klintowitz acreditou que, ao considerar tema tão grave, a artista elevou-se à sua maior altura humana e estética. E, certamente, a iconografia brasileira enriqueceu-se com esta consideração (São Paulo 1978). E, sobre suas gravuras, declarou Arnold Kohler, que possuem vigor, destaque e irradiação poética absolutamente marcantes. Sobretudo, respiram a vida vinda dos dedos da artista, os quais acreditamos sentir ainda no trabalho (Zurique, 1969) 


Bettiol é artista brasileira com obra inserida na exuberância da luz e cores dos trópicos, mas que aborda temática universal, facilmente observada na obra gravada. Na sua obra moderna na Arte da Fibra, ela demonstrou sua intensa vocação para o figurativo estilizado, notada nas complexas estruturas tecidas, bi e tri-dimensionais. Nessas obras Bettiol utilizou materiais naturais nacionais como o algodão, o sisal entre outras fibras, bem como os minerais brasileiros, aliados às mais avançadas técnicas, obtendo efeitos de relevos, vazados e aberturas nas tramas tecidas. Algumas das obras de Bettiol alcançaram a dimensão espacial, quase sempre com temática centralizada na imagem figurativa de traço simplificado, estilizada, de crianças, pombas, folhagens, entre outras formas variadas, geométricas e abstratas, tramadas nos materiais têxteis. As obras desta fase foram alegres e coloridas, de celebração da vida, da paz, do amor e da liberdade de viver: as séries da dita, Tranfiguração da Pedra, foram associadas às pedras brasileiras semipreciosas do Rio Grande do Sul, quando valorizou-as integrando-as no contexto da obra tecida original.

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

CATÁLOGO. Exposição Nacional de Arte Têxtil / 1985, MARGS, Porto Alegre, 24 de abril - 15 de maio de 1985; CGTC, Associação Riograndense Francisco Lisboa, FUNARTE, Sub-secretaria da Cultura, Divisão Municipal de Cultura e MARGS.

CATÁLOGO. II Exposição do Centro Paulista de Tapeçaria. São Paulo: SESC-Pompeia, 09-25 de out., 1987.

Dados curriculares fornecidos pela artista.



No comments: